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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Privatizações afetaram o dia a dia das pessoas, destaca Ribeiro Jr.


26/01/12
Por Paula Coutinho




Fenômeno de vendas, o livro Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr., esgotou em um dia a primeira tiragem, de 15 mil exemplares, e se mantém na lista dos mais vendidos. Em 343 páginas, a publicação lançada em dezembro pela Geração Editorial aborda esquemas de lavagem de dinheiro e de pagamento de propina nos processos de privatização ocorridos na década de 1990.


Ribeiro Jr. participou ontem de um debate promovido pelo Sindicato dos Bancários (SindBancários) dentro da programação do Fórum Social Temático (FST), em Porto Alegre. Antes, concedeu uma entrevista coletiva de uma hora. “Tenho andado por vários estados e vejo que a privatização, mesmo sendo um tema macroeconômico, refletiu na vida das pessoas, gerou dor, sofrimento.” Para o jornalista, essa influência das privatizações no dia a dia do cidadão explica o fenômeno que se tornou o livro.


Ao destrinchar os esquemas de desvio de dinheiro com as privatizações, o autor relaciona várias pessoas ligadas ao ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), entre elas a filha, Verônica Serra, o genro, Alexandre Bourgeois, e um sócio e marido de uma prima, Gregório Marín Preciado.


Ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil e ex-tesoureiro das campanhas de Serra e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o economista Ricardo Sérgio de Oliveira tem papel de destaque no livro. “Através de documentos, o livro mostra que pessoas, como o Ricardo Sérgio, favoreciam determinados grupos que ganhavam a privatização.”


Ribeiro Jr. investigou os processos de privatização de algumas empresas de telecomunicações e do setor siderúrgico. A coletiva de imprensa e o debate no SindBancários contaram também com a participação do ex-delegado da Polícia Federal e hoje deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), que coletou assinaturas e encaminhou um requerimento para uma CPI sobre o tema. “Queremos apurar os prejuízos decorrentes desses processos. Pessoas ficaram bilionárias do dia para a noite e ficou por isso mesmo. E muitas outras empobreceram e perderam empregos”, afirmou Protógenes.


Para Ribeiro Jr. não é uma questão de revanchismo, mas de informar o cidadão. “A população tem o direito do que aconteceu nesse País, saber qual foi o tamanho da roubalheira. A maior parte dos crimes (relatados no livro) já estão prescritos, mas pessoas que operaram o processo continuam atuado”, destacou.


Ribeiro Jr. já pensa em lançar o Privataria 2. O jornalista adiantou que seu novo livro vai abordar o envolvimento de estatais no pagamento de campanhas eleitorais, como Furnas, e empresas do setor elétrico, como a Cemig. Também vai se debruçar sobre o movimento de privatização da saúde em vários estados brasileiros, como Paraná, Rio de Janeiro e Pará.  “Tenho notado uma preocupação em relação a alguns governos tucanos que estão privatizando as áreas da saúde e da educação. As pessoas estão temendo outros processos de privatização. É importante que não se repita o mesmo modelo.” Antes de participar da atividade do FST, o jornalista se reuniu com o governador Tarso Genro (PT).


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