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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

‘A Privataria Tucana’ da tabuleta complementar


10/01/12
  
Guilherme Póvoas


Seria deselegante e imenso clichê-lugar-comum-chavão-repetitivo de minha parte começar meu primeiro escrito neste espaço com algo do tipo “Muito se falou no fim dos livros em papel em função de tablets e outros acessórios”. Enfim, vamos ao texto. Boa leitura!


 A Privataria Tucana


Muito se falou na morte do livro em papel. Esta ideia cresceu nos últimos anos com as dedadas em tabuletas digitais – ou tablets mesmo – criadas por Steve Jobs. Vá lá! Não vamos aqui projetar ou não o enterro do conhecimento em forma impressa. Porém, sem querer tirar conclusões, deixemos um fato recente “alumiar” (como escreveria Erico Verissimo) esta história de voracidade digital sobre as obras literárias em papel. Em dezembro, foi lançado o livro A Privataria Tucana (Geração Editorial, 340 páginas), do jornalista Amaury Ribeiro Jr.. Independente do juízo político que se possa fazer sobre a obra – e eu já aviso aqui que, sob este ponto de vista, adorei o texto de Amaury –, o advento deste título trouxe um fenômeno bem incomum no mercado literário nacional.
Primeiro: em menos de dois meses, foram vendidos 120 mil exemplares. Segundo: a obra se espalhou em versão digital – principalmente em formato PDF – como um meme. Eu mesmo recebi mais de cinco vezes, por e-mail, o link para o livro (um destes links, está aqui). Isso sem contar os compartilhamentos em mídias sociais. Disso, então, sabemos: a distribuição online não impediu a venda massiva nas livrarias (mesmo que seja via Internet, mas aí é papo para outro texto).
E, caindo já no viés político de A Privataria Tucana, como os jornais de circulação nacional não noticiaram — ou noticiaram muito pouco em função de seu conteúdo — twitts e compartilhamentos impulsionaram o livro. Desta forma, nem a editora nem o autor saíram por aí resmungando contra a pirataria. Por que será? Simples: vale muito mais a pena ver o circo pegar fogo por um fósforo aceso por você mesmo do que ganhar um tostão extra por um livro sem grande repercussão. O próprio autor admite que as mídias sociais turbinaram a obra literária, que é carregada por documentos de CPIs e juntas comerciais ao longo de suas páginas.
Enfim, que conclusão tiramos a partir do caso A Privataria Tucana em relação ao fim do livro impresso com a pujança da leitura em tablets ou similares? É… Não sei. Não faço a menor ideia. O que percebo, ao menos, é que se esta discussão parece ser um eterno clichê-lugar-comum-chavão-repetitivo, a explicação sobre ela não fica distante do que se comenta há muito tempo: uma coisa, o impresso, complementa a outra, o digital. E vice-versa.


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